O impacto das ondas de calor do verão de 2003 sobre a mortalidade em quatro cidades italianas

Este relatório avalia o impacto da onda de calor de 2003 sobre a taxa de mortalidade específica por causa e o papel das características demográficas e das condições socioeconómicas capazes de terem aumentado o risco de mortalidade em quatro cidades italianas : Bolonha, Milão, Roma e Turim. Foi realizado um cálculo diario da mortalidade para a população permanente por idade, sexo e causa da morte. A diferença entre o número observado e o número medio ajustado de óbitos serviu para calcular o excesso diario de mortalidade. O impacto do calor sobre a saúde foi medido em termos de temperatura máxima aparente. O excesso de temperatura mais importante foi observado no nordeste da Italia, sendo superior de 23% em Turim e Milão. As pessoas idosas (75-84 anos) e as muito idosas (de mais de 85 anos) foram os grupos de idade mais afetados, e a estratificação por sexo mostrou um aumento da mortalidade superior nas mulheres. Em Roma, o excesso de mortalidade mais alto, superior de 17,8%, afetou os mais pobres, e em Turim as pessoas com niveis de educação mais baixos (mais 43%). A análise da taxa de mortalidade por causa confirma os resultados de estudos prévios sobre o aumento da mortalidade associado ao calor em doenças respiratorias e cardiovasculares, e também mostra um excesso de mortalidade significativo em casos de doenças do sistema nervoso central e de perturbações metabólicas/endocrinas. Os resultados de 2003 sublinham a necessidade de dirigirse nos futuros programas de prevenção a estes grupos susceptiveis identificados. A implementação de sistemas de alerta junto a programas de prevenção eficazes e a monitorização da mortalidade durante as ondas de calor podem representar um instrumento útil para a disminuição do número de óbitos associados ao calor.